A dona da casa

sábado, 30 de julho de 2011

Dia do Cheesecake

Hoje, 30 de julho, é o dia nacional do cheesecake nos EUA!
Há alguns anos, cheesecake não era uma sobremesa muito comum no Brasil, aliás, até um pouco estranha (bolo de queijo? Doce?)... Mas foi se popularizando aos poucos e tomou gosto por lá também.
Aqui nos EUA é uma tradição, que vc pode encontrar em todos os lugares, de padarias e docerias a supermercados.
O cheesecake é, como o nome diz, um bolo à base de queijo, em geral cream cheese, que pode ou não ser assado, e pode ou não ser coberto com frutas ou geleias. Pode tb lembrar muito o nosso tradicional Romeu & Julieta, quando coberto com goiabada.
Já testei uma receita de cheesecake da Nigella Lawson (post de 6 de fevereiro de 2011), mas o resultado foi um verdadeiro desastre!
De qualquer forma, não deixei de adorar esse doce e, quando cheguei aqui, um dos itens da minha To Do's List era conhecer o verdadeiro cheesecake americano!
Em NYC, a Deli mais famosa pelos seus cheesecakes é a Carnegie Deli, em downtown.


Lá é possível encontrar cheesecakes de todos os tipos: simples (sem cobertura), coberto com mirtilos ou cerejas, cheesecake de chocolate ou cheesecake de morango.
Os cheesecakes da Carnegie Deli têm uma particularidade, eles são New York Style Cheesecakes, e, pelo que andei pesquisando, correspondem a um tipo de cheesecake que é assado e cuja base leva ovos, gema de ovo, cream cheese e heavy cream (veja NOTA 3), e cuja receita teve origem na cidade de Nova Iorque.
Eu provei o New York Style Cheesecake de morango da Carnegie Deli e devo confessar que não é nada parecido com os cheesecakes que já havia provado! É delicioso! Tão cremoso que parecia um Danoninho! E coberto com morangos frescos e geleia de morangos!
Na página da Carnegie Deli vc pode encontrar a famosa receita do cheesecake deles (http://www.carnegiedeli.com/recipe.php). Apesar de ter achado a receita um pouco complicadinha, compartilho com vcs a versão traduzida:

Para a base:
- 1 xícara de farinha de trigo
- 1/4 xícara de açúcar
- 1 colher (chá) de raspas de limão
- 1/2 colher (chá) de extrato de baunilha
- 1 gema de ovo
- 1 tablete (1/2 xícara) de manteiga sem sal, que deve ser refrigerada e cortada em pedacinhos de cerca de 2 cm

Para o recheio:
- 570 g de cream cheese amolecido
- 3/4 xícara de açúcar
- 1 1/2 colher (sopa) de farinha de trigo
- 1 1/2 colher (chá) de suco de limão
- 1 1/2 colher (chá) de extrato de baunilha
- 3 ovos mais 1 gema
- 2 colheres (sopa) de heavy cream (veja NOTA 3)

Modo de fazer a base:

1. Coloque a farinha, o açúcar, as raspas de limão, o extrato de baunilha, a gema de ovo e a manteiga num recipiente grande. Com a ponta dos dedos, misture os ingredientes até que estejam homogêneos e possam tomar o formato de uma bola. Salpique um pouco de farinha, envolva a massa em papel manteiga e refrigere por pelo menos 1 hora.

2. Unte e enfarinhe o fundo de uma assadeira de fundo removível. Abra um pedaço da massa que possa cobrir o fundo da assadeira. A massa deve ficar da altura de uma massa de cookie (aprox. 0,6 cm). Asse a massa em forno pré-aquecido a 180ºC até que doure. Deixe esfriar. Unte os lados da assadeira. Cobra os lados da assadeira com o restante da massa. Retire os excessos de massa das bordas da assadeira.

Modo de fazer o recheio:

1. Coloque o cream cheese num recipiente grande e bata vigorosamente com uma colher de pau até que fique cremoso e macio. Acrescente o açúcar, uma colher de cada vez, até que esteja incorporado ao cream cheese. Acrescente a farinha, o limão, a baunilha, os ovos, a gema e o heavy cream. Misture até que todos os grumos tenham desaparecido.

2. Pré-aqueça o forno a 260º C. Coloque o recheio sobre a base e leve a assadeira ao centro do forno. Asse até que a massa obtenha uma tonalidade dourada escura. O bolo também deve começar a crescer um pouco. Deixe esfriar por 30 minutos e ajuste a temperatura do forno para 180º C.

3. Após o cheesecake esfriar por 30 min, retorne-o ao forno para o cozimento final (este é o processo que dará o formato ao cheesecake).

NOTA 1: O cheesecake é como um pudim, em que apenas os ovos lhe dão sustentação. Assim, quando o bolo estiver estufado ao centro e levemente crescido no meio e nas laterais, estará finalizado! O tempo de forno a 180º C pode variar (geralmente de 25 a 40 minutos) dependendo do seu forno.

4. Deixe o cheesecake esfriar na forma por pelo menos 2 horas antes de tentar removê-lo. Refrigere-o de um dia para o outro. Para uma melhor degustação, o cheesecake deve ser servido próximo à temperatura ambiente. Corte-o utilizando uma faca quente e molhada e limpe a lâmina cada vez que for cortar uma fatia.

NOTA 2: Se vc assar demais, o bolo irá rachar e ficará muito firme. Se vc assar de menos, o bolo ficará mole ao centro.

NOTA 3: O heavy cream é um outro tipo de laticínio comum em alguns países estrangeiros, como os EUA, e que não é encontrado no Brasil. Ele é utilizado com frequência para fazer chantili, mas não acredito que possa ser substituído pelo creme de leite fresco encontrado no Brasil, que tem uma consistência mais mole do que o heavy cream. Alguns sites especializados sugerem que cada xícara de heavy cream pode ser substituída por 3/4 xícara de leite + 1/3 xícara de manteiga derretida.

Pessoal, não custa avisar que nunca testei essa receita, apenas provei o cheesecake da própria Deli, portanto, não garanto que o resultado seja o mesmo. Mas não custa nada tentarmos futuramente, certo?

;-)

Abs e até a próxima!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Experiências do NYC Restaurant Week

Comida de chef é sempre aquela dúvida. Será que o prato vem muito elaborado e a gente vai se perder no meio de tantos sabores até a comida parecer, digamos, estranha? Será que ele vem simples ou previsível demais e a gente vai sair com aquela sensação de que o nosso próprio risoto sairia igual, ou de que o preço não valeu mesmo, ou de que a experiência não surpreendeu?
Volta e meia essas coisas acabam acontecendo e frustando nossas expectativas, né?
Pois bem. Havia dito a vcs que fiz reservas em restaurantes indicados no NYC Restaurant Week, a semana em que todos os restaurantes participantes oferecem menus fechados a preços únicos e que se transformou numa ótima oportunidade para as pessoas conhecerem novos restaurantes em suas cidades e democratizar o acesso àqueles mais badalados.
Os escolhidos por nós foram o "Aldea", do Chef George Mendes, e o "Maze", do popíssimo chef Gordon Ramsay.
O Aldea é um restaurante de comida portuguesa comandado por um chef badalado da nova geração, que tem origem portuguesa, ora pois!
O lugar é lindo! Casa moderna, gente nova, ambiente bacana para ir com os amigos, tudo clean.
No menu do Aldea, era possível escolher entre três opções de entrada e prato principal e duas de sobremesa.
Como o restaurante era português, decidi começar por um vinho português, claro! (que, diga-se de passagem, são os meus favoritos!)
De entrada, pedimos um terrine de porco. Esse primeiro não agradou muito. Parecia um embutido de porco, na verdade, mas foi ok.
Meu prato principal foi um risoto de farro com pepinos, laranja e cogumelos. Achei a combinação estranha, pq o chefe usou creme para fazer o risoto e, na minha opinião, leite não combina muito com farro, muito menos com laranjas e pepinos.
Já um pouco frustados com a escolha, finalmente chegou a sobremesa! E essa, sim, agradou bastante! Pavlova de framboesas, mirtilos e morangos, com sorvete de coco e maracujá.
Gente, que delícia! Divino!!!! Quero testar essa receita pra ontem!
O resultado foi um almoço bacana e diferente, mas que nos deixou com uma pulguinha atrás da orelha.
O Aldea não é um restaurante português, de chef de origem portuguesa? Cade a culinária portuguesa, gente! Terrine, risoto e pavlova??
Fomos esperando por novas versões de bacalhau e doces com ovos!
Para nós, isso foi o mais frustante do Aldea. Esperávamos comer comida portuguesa de verdade e o que encontramos foi um cardápio de comida contemporânea rebuscado.
Mas passemos agora à segunda experiência: o menu do temido e adorado Gordon Ramsay no seu Maze, do Hotel London.
Diferente do clima descontraído e moderno do Aldea, nos deparamos com um restaurante lotado de executivos, com um clima e decoração estilo anos 80.
As mesas, quase grudadas, nos impediam de não ouvir as conversas dos vizinhos, o que não foi de todo mau, pois acabou nos levando a fazer amizades e a trocar impressões com outros casais.
Confesso que estava curiosa sobre o menu e para saber se o Ramsay estava lá pessoalmente. Mas, lógico, ele deveria estar num dos muitos outros restaurantes que ele tem espalhados por aí, ou então, gravando algum episódio de Master Chef. Mas durante todo o jantar fiquei pensando sobre como ele montou aquele menu, fez aquelas combinações, brigou com os sous-chefs dele (rsrsrs...!). O cara virou uma caricatura!
Mas, bem, vamos ao menu. Era também fechado, com 3 opções de entrada, prato principal e sobremesa, mas o que eu achei muito legal no menu do Maze é que para cada uma das opções havia indicação de harmonização de vinho e cerveja. E, para mim, esse foi o ponto alto do jantar.
Nossa entrada foi um gazpacho com guacamole, peixe branco e pimenta dedo de moça.
INCRÍVEL! FANTÁSTICO!
Apimentado na medida certa, e o vinho sugerido para acompanhar combinou perfeitamente! Adorei!
O prato principal foi filé com polenta frita. O filé estava fantástico (aliás, para quem, como nós, não come uma boa picanha há algum tempo, estava dos deuses!) e a polenta, ótima e com um saborzinho intrigante, que depois descobri ser coco ralado! Pois é! O chef Ramsay inovou e eu aprovei! Polenta com coco ralado fica, além de saborosa, crocante! Mais um item pra lista do que terei que testar depois.
Finalmente, na sobremesa, pedimos pratos diferentes: eu, uma tábua de queijos caseiros, o marido, fondant de chocolate no copinho (que nada mais é do que o nosso petit gateau) com sorvete de creme.
A sobremesa de fondant é aquela clássica, não tem como inventar, certo? Errado! O chef inovou mais uma vez e acrescentou flocos de sal no sorvete de creme, que quando misturado ao fondant de chocolate amargo ficou incrível! Incrível e inusitado! Adoramos!
A minha sobremesa, a tábua de queijos, é um tipo de sobremesa muito comum na França. Pode ser estranho finalizar uma refeição com queijos, mas eu garanto que vale a pela, ainda mais para quem é fascinado por queijos como eu.
E mais uma vez tive que aplaudir o Chef Ramsay.
Na minha tábua vieram pedacinhos pequeninos de queijo acompanhados de um docinho.
O gruyère veio acompanhado de geléia de damasco (ótimo), o brie, de doce de figo com nozes, e o stilton blue, de uma geléia de amêndoas (esse último foi de comer de joelhos!).
Bem, pessoal, deu pra perceber que amei o menu do Maze do início ao fim e que o chef pop não decepcionou! Mostrou que é o tal na hora de combinar gostos, texturas, temperos e sabores nos seus pratos! E vinhos com os próprios tb!
Resultado: virei fã e adepta desses eventos de Restaurant Week.
Aproveitem vcs tb se eventos gastronômicos como este ocorrerem nas suas cidades! E não deixem de me contar como foi!!
Abs!

terça-feira, 5 de julho de 2011

NYC Restaurant Week

Começa na próxima semana o Restaurant Week aqui na cidade de Nova Iorque, um dos maiores eventos gastronômicos do mundo, que chega agora a sua 20ª edição.
Grande parte dos restaurantes da cidade fazem parte do programa: tradicionais, estrelados, badalados, de chefs famosos internacionalmente, somando 320 participantes no total!
A proposta é a de democratizar o acesso aos mais conhecidos e promover aqueles nem tão conhecidos assim.
Os menus são fechados e os preços, padronizados: $24.07 no almoço e $35.00 no jantar.
O conceito do Restaurant Week começou em NYC e já se espalhou por várias partes do mundo.
É uma oportunidade ótima para se aventurar em novos lugares, sabores, menus, ou mesmo para aproveitar os descontos e finalmente conhecer os pratos daquele chef que vc admira tanto.
Eu já fiz minhas reservas!
Can't wait!
Depois passo aqui pra contar pra vcs como foi!
Abs!